quinta-feira, 5 de março de 2009

Mais um do PCC vai (ou volta) para a cadeia

Bandido é preso após perseguição por uma das avenidas mais movimentadas da zona leste de São Paulo. Ele tem pelo menos 16 passagens pela polícia e 16 nomes na polícia.



Fim da tarde de terça-feira (03/03). A viatura onde está o cabo Rogério Brentan, da Força Tática do 51º Batalhão, segue normalmente pela Avenida Radial Leste em mais uma tarde quente aqui na capital paulista. De repente, às 17h30, avistam um Honda Fit preto em alta velocidade trocando de faixa a todo o momento na pista sentido centro, próximo ao viaduto Engenheiro Alberto Badra, mais conhecido como Pontilhão Aricanduva. Não sabia em qual das cinco faixas de rolamento ficar. O importante é sair dos lerdos (a 70km/h) que estão a sua frente.

Naquele momento o trânsito está mais carregado em direção ao bairro, por causa do fim do expediente dos vários moradores da zona leste que passam a metade do dia trabalhando no centro ou nas outras regiões da capital. Já em direção ao centro o tráfego segue apenas intenso, mas com muitos carros na pista.

Diante daquela cena, “girofles” e sirene são ligados. Começa a perseguição pela Radial sentido Parque Dom Pedro. O carro do bandido acelera mais ainda, a viatura também. Por imperícia do perseguido, o veículo bate na lateral de um carro, depois em outro. Quatro quilômetros adiante, o criminoso não consegue controlar o Honda Fit e bate na traseira de um ônibus do Consórcio Plus, que saiu do Jardim São Paulo e tinha como destino o Terminal Parque Dom Pedro II. O air bag frontal do veículo é acionado em menos de 25 milésimos de um segundo depois da colisão, ou seja, cinco vezes mais rápido que um piscar de olho. O interior do veículo fica esfumaçado. A frente irreconhecível. Os policiais descem da viatura correndo e constatam que o criminoso está ferido no joelho direito e na cabeça.

Ele é socorrido e levado às pressas para o Pronto-Socorro do Tatuapé. Lá recebeu curativos e levado, desta vez, para o 8º DP do Brás / Belém, que fica na rua Sapucaia.

Eu estava indo para a seccional de São Bernardo do Campo para apurar a prisão de um possível líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) na região do bairro D.E.R quando recebo a notícia que pegaram um cara no Belém pertencente à mesma facção. “Esse daqui está confirmado, tem até uma tatuagem.”, diz um repórter. Dou meia volta e o destino agora é o bairro da zona leste.

Fui um dos últimos a chegar ao DP. Ainda consegui gravar com o cabo Rogério Brentan que já estava saindo da delegacia.

Com a palavra, o cabo.

Cabo Rogério Brentan: “Depois que fomos verificar notamos que ele faz parte do PCC porque tem o número 15-3-3 tatuado no braço direito (cada número corresponde a uma letra: 15 (P); 3 (C); 3 (C) ). Ele confessou para nós que faz parte da facção. Ele foi colocado em liberdade no dia 05 de janeiro. No dia 26 de fevereiro ele praticou o roubo desse veículo de um estacionamento na Aclimação, na região central de São Paulo...

* No momento do roubo, na quinta-feira, 26/02, o bandido e mais um comparsa invadiram o estacionamento armados e renderam o vigia. O criminoso em questão ficou com a responsabilidade de não deixar o funcionário escapar. O outro foi direto ao Honda Fit preto placa DPX 7325. A dupla fugiu no carro. Na delegacia, o vigia reconheceu o bandido.

Vocês perceberam que até agora não citei o nome do assaltante, então lá vai...

Cabo Rogério Brentan: ... outra coisa que chamou a atenção é que ele estava com um alvará de soltura e nele há 16 nomes diferentes. A delegacia está com certa dificuldade para verificar quem na verdade é esse cidadão. Nós achamos também a cópia de um documento chileno. Ele disse que veio para o Brasil com cinco anos de idade. Se já tem 16 nomes diferentes, com certeza ele já foi preso 16 vezes.



Depois de algum tempo, o nome verdadeiro do bandido foi revelado: Douglas Martins dos Santos Filho é chileno coisa nenhuma. Ele nasceu em São Paulo no dia 16 de agosto de 1963 e provavelmente nunca foi para a terra de Augusto José Ramón Pinochet Ugarte e da professora Verônica Cortes. No documento apresentado por ele aos tiras constava o nome de Aroldo Pedro de Barros Vilaza. A única coisa que era verdade: a idade, 45 anos, e a participação dele no 15-3-3. Santos Filho tinha realmente várias passagens pela polícia por crimes como roubo, furto, receptação, porte ilegal de arma etc. Desta vez ele foi indiciado pelo menos por falsidade ideológica e novamente por roubo. E em relação àquele possível integrante do PCC em SBC, clique aqui.

2 comentários:

  1. Chileno?! Que beleza!! E o sotaque?
    15-3-3...
    Parabéns, Eliezer!

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  2. Excelente trabalho, mais um lixo de volta pra jaula.
    Porém, devemos nos atentar para o fato de muitos "pés de chinelo" tatuarem insignias ou simbolos e se dizerem pertencentes a faccções criminosas, porém não o são.
    Usam isso como status.
    Quem trabalha enjaulando essa cambada sabe como funciona.
    Abraços...

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